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Foto do escritorJosiane Tibursky

O silêncio e as emoções

No artigo anterior da Série Útero: formas de cuidar, comentei sobre a importância de nos reconectarmos com o nosso útero e listei algumas possibilidades de cuidado com esse órgão tão importante. Hoje, vou falar sobre o silenciar e sobre prestar atenção às nossas emoções.



Como cuidar da saúde do nosso útero?


1. Silêncio


Mas em que silenciar vai ajudar? No silêncio, temos a possibilidade de abertura, escuta e presença. Quando fechamos os sentidos para o mundo externo e nos colocamos abertas a ouvir nosso mundo interno, conteúdos de várias ordens podem se tornar conscientes e podemos fazer algo a respeito deles. Pode ficar mais fácil perceber se nossas ações estão alinhadas aos nossos desejos genuínos, para que possamos viver vidas com sentido.


Quando nossos pensamentos "cessam", obtemos uma qualidade maior de abertura, disponibilidade e presença. Vamos criando espaço internamente, mais capacidade de acolher — o que vem de dentro e de fora — e de ser menos reativas, pois criamos um tempo entre o que nos acontece e nossa ação concreta.


Nós, mulheres, muitas vezes vivemos executando uma tarefa após outra, sem intervalo, sem tempo livre. Isso com certeza é a melhor maneira de nos distanciarmos de nossa intuição, nossos sonhos, nossa sabedoria ancestral e da mulher selvagem que nos habita.


Então, a dica é nos (re)conectarmos ao nosso útero por meio do silêncio e deixar vir as informações que precisamos receber.


Caso você sinta conexão com rituais, deixo aqui uma sugestão para que você possa criar esse espaço-tempo para se conectar contigo, utilizando como ferramenta o Oráculo da Mulher Cíclica.

 

2. Atenção às emoções


A segunda possibilidade que mencionei para cuidar do útero é prestar atenção às suas emoções. Como disse no primeiro post desta série sobre os cuidados com o útero, ele guarda informações energéticas preciosas de tudo que nos ocorreu e também com nossas ancestrais, porque ele retém a energia das trocas que fazemos. Logo, prestando atenção ao que sentimos, trabalhamos as emoções guardadas em nosso ventre que precisam ser vistas, elaboradas e liberadas, evitando energia estagnada nesse órgão tão essencial para a saúde integral da mulher.


Citei, antes, o silêncio, que por si só nos auxilia acessar nossas emoções, a ser mais presentes e conscientes, inclusive fisicamente. Ao mapear nosso corpo, podemos perceber quais emoções e sensações estão atuando. Depois de identificadas, podemos seguir o nosso trabalho de liberação.


Mas e quando temos dificuldade de identificar nossas emoções?


Pode ser difícil reconhecer o que estamos sentindo. Os sentimentos nem sempre são bem-vindos na sociedade em que vivemos e, por isso, podemos não ter familiaridade com eles e, mesmo que os identifiquemos, pode não ser fácil validá-los ou talvez não saibamos o que fazer com eles.


Neste caso, uma ferramenta que considero muito apropriada é a Comunicação Não-Violenta (CNV). Ela é ótima para aprendermos não só a identificar o que sentimos, como também para resolver conflitos (internos e com os outros). A CNV trabalha com quatro componentes:


  1. Observação do fato – as ações concretas que estamos observando e que afetam nosso bem-estar;

  2. Identificação do sentimento – como nos sentimos em relação ao que estamos observando;

  3. Reconhecimento das necessidades – as necessidades, os valores, os desejos, etc., que estão gerando nossos sentimentos;

  4. Realização de um pedido – as ações concretas que pedimos para enriquecer nossa vida.


A CNV está calcada no não julgamento e também na autorresponsabilização, valores importantes no trabalho com o feminino, que são, idealmente, trabalhados nos círculos de mulheres. Para quem quiser se aprofundar no assunto, vale a pena buscar o livro base dessa técnica: Comunicação Não-Violenta – técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, do autor Marshal Rosenberg.


Para finalizar, é bom lembrarmos que as doenças surgem do sutil para o grosseiro, logo, fica evidente que o trabalho com as emoções é importantíssimo.


Seguimos falando sobre como cuidar do nosso útero nos próximos artigos.


 

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