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20 resultados encontrados para ""

  • Especial TPM: não mate a mensageira

    “A TPM me impediu de enganar a mim mesma.” Essa frase é do livro Seu Sangue é Ouro, da Dra. Lara Owen, mas poderia ter sido escrita por muitas de nós que decidimos acompanhar e observar atentamente o nosso ciclo menstrual. A fase pré-menstrual costuma ser a mais temida do ciclo menstrual e hormonal feminino e, junto com a ovulação, divide a responsabilidade pela decisão de tantas mulheres bloquearem a livre expressão de seus hormônios naturais. Quando não entendemos bem a função das coisas, olhamos para elas com um olhar ingênuo de gosto/não gosto, me beneficia/me atrapalha e, como não conseguimos ver para além dos (possíveis) incômodos, tratamos de achar um jeito de suprimi-los por completo. Nem nos damos conta que isso se torna um jeito de olhar a vida. E assim vamos tentando desesperadamente ficar só com o que é confortável, doce, suave... e vamos tendendo a uma superficialidade, a uma preguiça de nos debruçarmos sobre o que é mais complexo, que requer que se olhe com mais tempo, com mais profundidade... (e essa pressa é praticamente a ordem do dia :-/). Sim, é mais fácil engolir um comprimido qualquer para fazer uma dor passar e há momentos pontuais em que precisamos mesmo de um analgésico, mas o custo de fazer isso vez após vez é que podemos nos anestesiar um pouco a cada dia — e o pior, sem nem perceber. Mas o que exatamente acontece durante a TPM? E se olhássemos esse fenômeno a partir desta pergunta: Passemos da maneira usual de olhar para esses sintomas para, em vez de vê-los como algo desagradável, que deve ser mudado, encará-los como algo potencialmente útil. O que poderia ser útil em ser hostil? Em se deixar levar pelas emoções? Em chorar, gritar e esbravejar? — Dra. Lara Owen, Seu Sangue é Ouro, p. 92) Sabemos que a cultura em que vivemos exige que cortemos pedaços de nós mesmos para caber em determinados lugares. Pensando nos impedimentos estereotipados que se impõem, os que mais rapidamente nos vêm à mente é o fato de que, assim como ao homem é negado chorar, à mulher é negado sentir raiva e desejar. Não poder expressar o que se quer provavelmente vai levar à raiva. E como fechar essa conta se não nos é permitido sentí-la? Em algum momento, ela será direcionada para algum lugar — às vezes de maneiras catastróficas. É mais ou menos isso que vemos acontecendo no que convencionamos chamar de TPM. Como podemos fazer para não deixar que as coisas cheguem nesse ponto? Bem, aí é que entra a importância da auto-observação, com a consequente elaboração e o encaminhamento do que foi percebido. Com certeza dá mais trabalho do que tomar uma pílula qualquer e se anestesiar de alguma forma, mas os ganhos são muitos, e duradouros! Como lidar melhor com a TPM? A primeira coisa, então, é buscar dar um passo atrás e tentar não ser simplesmente reativa com o que atravessa você nesse período, para então poder perceber que incômodo é esse que surge dentro de você — que situações que a incomodam? Você começa a implicar com algo ou alguém? Vá tentando mapear o terreno, ver por trás das aparências, descolando-se da história que você conta para si mesma a partir da situação, para assim ganhar um conhecimento mais profundo de si. A partir dessas observações (é bom que sejam anotadas), você vai poder ter mais clareza do que está acontecendo e poder refletir sobre suas questões. E é muito aconselhável também levar suas observações e reflexões para a terapia, para poder elaborar o que surgiu e inclusive deixar vir à superfície o que ainda não está claro para então se reposicionar diante do que está lhe incomodando. Nesse contexto de TPM, falamos bastante da raiva e das explosões de emoções, mas muitas vezes, essa raiva é dirigida a si mesma. Pode ser que a raiva autodirigida evite conflitos nas relações, mas surge o risco de se desenvolver uma série de doenças físicas e mentais, como depressão, pressão alta e câncer, para citar algumas. E aí entra, novamente, a importância da auto-observação para ter clareza do que está acontecendo e poder encontrar meios de processar, elaborar e se posicionar diante do que está incomodando para buscar alternativas para mudar a situação. Então, voltando à pergunta, o que poderia ser útil em ser hostil, em se deixar levar pelas emoções, em chorar, gritar e esbravejar? É meu desejo genuíno que cada uma de nós possa encontrar suas próprias respostas. E se quiser, compartilhe seus aprendizados aqui nos comentários! Seguimos juntas!

  • O silêncio e as emoções

    No artigo anterior da Série Útero: formas de cuidar, comentei sobre a importância de nos reconectarmos com o nosso útero e listei algumas possibilidades de cuidado com esse órgão tão importante. Hoje, vou falar sobre o silenciar e sobre prestar atenção às nossas emoções. Como cuidar da saúde do nosso útero? 1. Silêncio Mas em que silenciar vai ajudar? No silêncio, temos a possibilidade de abertura, escuta e presença. Quando fechamos os sentidos para o mundo externo e nos colocamos abertas a ouvir nosso mundo interno, conteúdos de várias ordens podem se tornar conscientes e podemos fazer algo a respeito deles. Pode ficar mais fácil perceber se nossas ações estão alinhadas aos nossos desejos genuínos, para que possamos viver vidas com sentido. Quando nossos pensamentos "cessam", obtemos uma qualidade maior de abertura, disponibilidade e presença. Vamos criando espaço internamente, mais capacidade de acolher — o que vem de dentro e de fora — e de ser menos reativas, pois criamos um tempo entre o que nos acontece e nossa ação concreta. Nós, mulheres, muitas vezes vivemos executando uma tarefa após outra, sem intervalo, sem tempo livre. Isso com certeza é a melhor maneira de nos distanciarmos de nossa intuição, nossos sonhos, nossa sabedoria ancestral e da mulher selvagem que nos habita. Então, a dica é nos (re)conectarmos ao nosso útero por meio do silêncio e deixar vir as informações que precisamos receber. Caso você sinta conexão com rituais, deixo aqui uma sugestão para que você possa criar esse espaço-tempo para se conectar contigo, utilizando como ferramenta o Oráculo da Mulher Cíclica. 2. Atenção às emoções A segunda possibilidade que mencionei para cuidar do útero é prestar atenção às suas emoções. Como disse no primeiro post desta série sobre os cuidados com o útero, ele guarda informações energéticas preciosas de tudo que nos ocorreu e também com nossas ancestrais, porque ele retém a energia das trocas que fazemos. Logo, prestando atenção ao que sentimos, trabalhamos as emoções guardadas em nosso ventre que precisam ser vistas, elaboradas e liberadas, evitando energia estagnada nesse órgão tão essencial para a saúde integral da mulher. Citei, antes, o silêncio, que por si só nos auxilia acessar nossas emoções, a ser mais presentes e conscientes, inclusive fisicamente. Ao mapear nosso corpo, podemos perceber quais emoções e sensações estão atuando. Depois de identificadas, podemos seguir o nosso trabalho de liberação. Mas e quando temos dificuldade de identificar nossas emoções? Pode ser difícil reconhecer o que estamos sentindo. Os sentimentos nem sempre são bem-vindos na sociedade em que vivemos e, por isso, podemos não ter familiaridade com eles e, mesmo que os identifiquemos, pode não ser fácil validá-los ou talvez não saibamos o que fazer com eles. Neste caso, uma ferramenta que considero muito apropriada é a Comunicação Não-Violenta (CNV). Ela é ótima para aprendermos não só a identificar o que sentimos, como também para resolver conflitos (internos e com os outros). A CNV trabalha com quatro componentes: Observação do fato – as ações concretas que estamos observando e que afetam nosso bem-estar; Identificação do sentimento – como nos sentimos em relação ao que estamos observando; Reconhecimento das necessidades – as necessidades, os valores, os desejos, etc., que estão gerando nossos sentimentos; Realização de um pedido – as ações concretas que pedimos para enriquecer nossa vida. A CNV está calcada no não julgamento e também na autorresponsabilização, valores importantes no trabalho com o feminino, que são, idealmente, trabalhados nos círculos de mulheres. Para quem quiser se aprofundar no assunto, vale a pena buscar o livro base dessa técnica: Comunicação Não-Violenta – técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, do autor Marshal Rosenberg. Para finalizar, é bom lembrarmos que as doenças surgem do sutil para o grosseiro, logo, fica evidente que o trabalho com as emoções é importantíssimo. Seguimos falando sobre como cuidar do nosso útero nos próximos artigos.

  • Mapeamento do ciclo menstrual, respeito e acolhimento

    Na primeira parte da Série Útero: formas de cuidar falei sobre como o silenciar nos permite acessar as informações que precisamos receber e como dar atenção às nossas emoções pode nos ajudar a processar e liberar energia estagnada no útero. Se você perdeu esse conteúdo, ele está disponível neste link. Hoje, vou tratar da questão de mapeamento do ciclo menstrual e o processo de se respeitar e acolher. Como cuidar da saúde do nosso útero? 3. Mapeando o ciclo menstrual A terceira possibilidade que listei como parte dos cuidados com o útero foi o mapeamento do ciclo menstrual. Esse registro nos permite ter acesso aos nossos ritmos, necessidades e desejos. A partir de nossas anotações, veremos, por exemplo, que há padrões que se repetem em certas épocas do ciclo e esses dados nos trarão um conhecimento mais profundo de nós mesmas. O ideal é que anotemos alguns dados básicos, como dia do ciclo e fase da lua, e algumas informações adicionais dos nossos estados físicos e emocionais, como, por exemplo, nível de energia, intensidade do fluxo e presença ou ausência de muco cervical, emoções, sonhos e ideias. Atualmente, há uma ampla variedade de opções de diários desenvolvidos por mulheres para nos auxiliar a fazer esse trabalho sobre nós mesmas. Uma dessas ferramentas, com a qual tenho bastante familiaridade e que sempre indico é a Mandala Lunar. No livro Seu Sangue é Ouro, a Dra. Lara Owen discorre sobre essa prática: “Fazer isso pode realmente auxiliá-la a se conhecer mais, e, então, você estará em uma melhor posição para honrar seu corpo e seus ciclos. Aprenda a identificar seus condicionamentos e então os questione. Observe e registre os momentos de conflito que surgiram entre seu próprio ritmo e as demandas do mundo a seu redor. Como você lida com elas? Há maneiras criativas de lidar com os conflitos aparentes, que fazem com que todos se sintam melhor, em vez de simplesmente satisfazer os outros e se sentir negligenciada, ou vice-versa? Menstruar com consciência é uma forma maravilhosa de examinar as maneiras como você esquece de si mesma e passa por cima de si mesma em favor dos outros ou em favor da manutenção do status quo. Escreva o que você observa de seu processo, para que você possa trabalhar nele mês a mês.” (p. 148) Caso queira ler a sessão inteira, é o subtítulo Diário de tempo de lua, no Capítulo 8, Aprofundando rituais, práticas e meditações. 4. Se respeitando e acolhendo A quarta maneira de cuidar da saúde do útero que enumerei lá no primeiro artigo desta série sobre o útero é se respeitando e se acolhendo. O momento mais necessário e propício para nos resguardarmos, ouvir nosso ritmo interno e atender às nossas necessidades físicas, psíquicas e emocionais, é durante o período menstrual. Nossa sociedade, que marcadamente ressalta a energia masculina, tende a rechaçar e desvalorizar aspectos da energia feminina como o silêncio, o ócio, a retração. Por isso, há décadas, temos nos desconectado dos nossos ciclos, tanto externos como internos. A Dra. Lara Owen evidencia no livro Seu Sangue é Ouro: “Grande parte da força psíquica das mulheres está ligada aos ciclos de seus corpos, e, se ignoramos esse período e deixamos de reconhecer seu enorme valor, acabaremos perdendo contato com a riqueza da experiência feminina.” (p.87). “As mulheres são doadoras, mas para darem, têm de receber. Primeiro isso acontece por meio dessa purificação e esvaziamento, e, depois, pela renovação de sua conexão com a fonte. Essa é a função da menstruação.” (p.104). Mas, para que esse ciclo de fato possa acontecer, precisamos nos recolher. “A menstruação pode ser um período profundo de aterramento e centramento, no qual a mulher é naturalmente colocada em contato direto com seu centro de gravidade – seu útero. Por isso, há, na verdade, uma capacidade maior de quietude nesse período – para ouvir, para receber a mensagem do cosmos. Não conseguimos nos conscientizar do conhecimento que está disponível para nós durante a menstruação se estamos correndo para cumprir as exigências externas do nosso cotidiano. Sentar-se quieta e estar centrada são pré-requisitos, em todas as tradições espirituais, para o desenvolvimento da sabedoria. A menstruação é uma ocasião natural para as mulheres meditarem e entrarem em contato com o divino – interna e externamente. Quando o corpo está em repouso, a mente também se aquieta... e então a sabedoria espiritual que existe em um nível mais profundo de consciência fica liberada para vir à superfície de nosso conhecimento.” (p.113). Logo, abra espaço em sua vida para esses momentos de retração e recolhimento, momentos que irão oportunizar que as sementes dormentes em seu interior possam de fato se desenvolver e florescer. Seguimos falando sobre como cuidar do nosso útero nos próximos artigos. Até lá!

  • Visualização, limpeza e relacionamentos

    No primeiro artigo da Série Útero: formas de cuidar, elencamos sete possibilidades de cuidado com esse órgão tão fundamental na saúde física e psíquica feminina. Já falamos sobre silenciar, prestar atenção às emoções, fazer o mapeamento do ciclo menstrual e se respeitar e acolher. Hoje vamos falar sobre as três últimas estratégias de que podemos lançar mão: exercícios de visualização, limpezas físicas e energéticas e cuidado com os nossos relacionamentos. Como cuidar da saúde do nosso útero? 5. Fazendo exercícios de visualização Exercícios de visualização podem servir como treino mental, nos auxiliando no atingimento de objetivos, mas também são uma poderosa ferramenta de reconexão, de mapeamento interno de nossos processos e também de purificação. Mais do que falar sobre eles, quero te convidar a experimentar um exercício de visualização criado para tomar consciência do seu útero. Ele pode ser feito por mulheres com útero ou sem. Se você não tem útero, pode fazer esta meditação com uma forma de se conectar com a energia do centro do útero, imaginando seu útero e seus ovários. “Você poderá sentir-se profundamente em paz após o exercício, ou talvez você perceba a necessidade de usar a energia gerada para criar alguma coisa. Como você se sente? Você sente que seu útero ou seus ovários respondem à sua atenção? Anote suas experiências. Talvez você queira tentar fazer essa meditação em diferentes fases do seu ciclo menstrual, ou em diferentes fases do seu ciclo lunar, para liberar as energias que são parte da sua natureza nesses períodos.” "O útero mágico" foi elaborado por Miranda Gray, criadora do sistema da Womb Blessing® (Bênção do Útero), e foi retirado do livro O despertar da energia feminina – O caminho da Bênção Mundial do Útero de volta à natureza autêntica da mulher (p.39). 6. Realizando limpezas físicas e energéticas Os exercícios de visualização são bons exemplos de como fazer uma limpeza energética do útero. Mas por que, afinal, o útero precisaria de limpeza energética? Como já expliquei no início desta série, o útero é nossa matriz sagrada e nele habita um enorme potencial energético. Ele guarda as energias de trocas que fazemos ao longo da vida. E, como morada da energia feminina, pode receber muitas informações negativas, especificamente a respeito da condição de ser mulher. Assim como guarda as emoções, ele também tem a capacidade de liberar, de se abrir, de entregar; contudo, quando estamos desconectadas desse órgão e dessa energia de contração e expansão, ele acaba apenas guardando, guardando e guardando... e o que era para ser olhado e trabalhado vai ficando por lá, estagnado... Então, de tempos em tempos, é preciso nos centrarmos... e nos relembrarmos do manancial de potencialidades que nosso útero carrega. O outro tipo de limpeza que podemos fazer é a física (mas é bom lembrar que ela anda junta com a energética). As ervas são nossas grandes aliadas nos cuidados com o útero – e elas têm o poder de curar tanto as questões físicas como as energéticas. Podemos escolher quais são as melhores, naquele momento, para fazermos um chá, banho de assento, vaporização do útero, emplastro, tintura, floral, etc. São muitas opções, mas vou listar as mais usadas e simples de encontrar, com algumas de suas propriedades e usos mais comuns: Lavanda (Lavandula Officinalis) Acalma a mente e o corpo. Serve de antisséptico para os tecidos vaginais e também é um antiespasmódico, auxiliando na função uterina saudável. Energicamente, trabalha os traumas relacionados com a infância e o início da adolescência. Camomila (Matricaria Chamomilla) É calmante dos tecidos vaginais e ajuda na assepsia do local. Possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antissépticas. Energeticamente, ajuda a liberar a raiva e as mágoas, elimina o medo e a falta de fé, gera otimismo e reduz o estresse emocional. Artemísia (Artemisia Vulgaris) Regulariza a menstruação. Possui propriedades estimulantes, vermífugas, tônicas e emenagogas (estimula a menstruação). Energeticamente, auxilia a trabalhar a guerreira interior. Ajuda a mulher a integrar e aceitar a energia feminina. No capítulo 9, Rituais e Recomendações, do livro Seu Sangue é Ouro, você encontra uma seção completa com diversas práticas e orientações sobre remédios naturais para cuidar da saúde uterina e dos sintomas menstruais. 7. Cuidando dos seus relacionamentos Esse é o último item que listei como importante para mantermos a saúde uterina. Quando pensamos em relacionamentos, normalmente nos veem à cabeça os com os outros, certo? Mas é preciso também olharmos para a relação com nós mesmas — já que ela vem em primeiro lugar. O interessante de acompanhar o ciclo menstrual é justamente desenvolver uma relação mais harmoniosa e verdadeira conosco, pois, ao reconhecermos nossas necessidades, passamos a nos respeitar mais, criamos possibilidades para atender àquilo que precisamos e, consequentemente, passamos a exigir menos dos outros. Conhecendo nossa verdadeira natureza — nossa luz e nossa sombra — desenvolvemos compaixão, conosco e com todos os seres. Espero que você tenha gostado da nosso série de conteúdos!

  • Ritual para acessar a sabedoria de que Tudo é Cíclico

    Sempre que estamos realmente presentes e dedicadas às curas e respostas que buscamos, um campo infinito de possibilidades e belezas se abre. A presença, junto com a nossa intenção direcionada, é o que faz toda a diferença. Por isso, quero te convidar hoje a fazer um ritual simples, utilizando o Oráculo da Mulher Cíclica, que vai auxiliar a criar um ambiente favorável para você acessar sua intuição e sabedoria interna. O que indicamos que você tenha à mão: spray de ambiente (de preferência com aromaterapia), incenso, palo santo, etc. vela caderninho de anotações exclusivo para essa finalidade Oráculo da Mulher Cíclica (ou outro de sua preferência) Como fazer seu ritual: Procure um lugar tranquilo em que não será interrompida. Borrife um spray aromático no ambiente, ou acenda um incenso. Respire fundo algumas vezes, inspirando e expirando, lentamente. Relaxe enquanto os óleos essenciais ou os aromas fazem sua mágica. Quando se sentir pronta, acenda uma vela, pegue seu deck do Oráculo da Mulher Cíclica, escolha um método de tiragem* e, enquanto embaralha as cartas, intencione algo — uma cura, um aprendizado, um conselho para alguma situação, o que você sentir que precisa acessar naquele momento. Concentre-se, escolha uma carta. Antes de consultar no livreto o significado, olhe para ela alguns instantes. O que você acha que ela representa? O que a imagem te traz? Que sensações, sentimentos ou intuições ela desperta? As cores, o que te dizem? Tire um momento para acessar essa sabedoria que surge, instantânea e sem julgamentos. Anote em seu caderno essas percepções iniciais, ou desenhe, se preferir. Agora sim, consulte o seu livro guia. Reflita, integre esse conhecimento. Suas percepções inicias continuam as mesmas? De que outras formas poderíamos olhar essa mesma questão? É importante lembrar que não existe certo e errado e que o Oráculo não traz respostas, ele permite que você acesse a sabedoria que já existe em você. Escreva suas sensações na caderneta, você pode voltar a elas no futuro e fazer novas descobertas quando tirar a mesma carta, por exemplo, observando se alguma coisa mudou, se abrindo para acessar toda essa riqueza, ciclo a ciclo. *Se você precisar de ajuda para selecionar a forma de consulta ao Oráculo da Mulher Cíclica, além de consultar seu livreto, você pode acessar este vídeo ou esta postagem.

  • Por que cuidar da saúde de nosso útero?

    Introdução da Série Útero: formas de cuidar Muitas de nós vivemos dia após dia sem parar um só segundo para tomar consciência do nosso útero. Mas por que precisamos nos tornar conscientes desse órgão em especial? O útero é o centro de força e poder da mulher, receptáculo sagrado, que abarca a matriz de tudo o que foi criado. Como tal, ele guarda informações energéticas preciosas de tudo o que nos ocorreu e também do que aconteceu às nossas ancestrais, porque é ele que retém a energia das trocas que fazemos (seja nas relações sexuais, com as pessoas com quem convivemos, com os ambientes onde vivemos e que frequentamos, etc.). O útero é a morada da energia da criação e da sexualidade, órgão de conexão com o feminino ancestral que influencia todos os aspectos da vida de uma mulher – desde sua relação consigo mesma e com os outros até a sua vida profissional. Esse órgão, então, sinônimo de força geradora que é, precisa estar saudável, em equilíbrio, visto que é ele que guarda o nosso poder de criação (além dos filhos). Ele está intimamente ligado à nossa criatividade, à nossa capacidade de ter ideias e de colocá-las em prática. Quanto maior a nossa conexão com o nosso útero, mais estamos em contato com a nossa própria essência, mais conhecedoras de nós mesmas nos tornamos... A partir daí, abrimos espaço para estabelecer uma relação cada vez melhor, mais saudável e verdadeira com nós mesmas – passamos a nos respeitar mais, a gostar mais de quem somos, a aceitar e a admirar nossas peculiaridades, desde as físicas até as comportamentais (e, é claro, isso se estende para todos ao nosso redor). Dessa forma, vamos nos tornando cada vez mais quem somos de verdade, nos alinhando ao nosso propósito de vida, passamos a ser a melhor versão de nós mesmas, com a possibilidade, finalmente, de entregar o nosso melhor para o mundo, de trazer mais benefícios para todos ao nosso redor. Quando nos (re)conectamos com o nosso útero e poder, temos a oportunidade de aceitar (e integrar) nossa luz e sombra e viver vidas plenas. E como, então, cuidamos da saúde do nosso útero? As possibilidades são muitas: silenciando prestando atenção às suas emoções mapeando seu ciclo se respeitando e acolhendo fazendo exercícios de visualização realizando limpezas físicas e energéticas cuidando dos seus relacionamentos Vamos falar mais detalhadamente sobre cada uma delas na Série Útero: formas de cuidar, que iremos trazer nas próximas postagens. Até lá!

  • Lançamento: Desenvolvendo sua Espiritualidade

    Editora Lótus 22 publica novo livro da Dra. Lara Owen, que explora o caminho espiritual independente Uma das características de uma editora pequena é a de que o editor acaba publicando títulos com os quais ele cria uma relação. No livro de estreia da Lótus 22, o Seu Sangue é Ouro, trouxe essa motivação em seu prefácio e agora venho aqui para uma conversa mais próxima a respeito do Desenvolvendo sua Espiritualidade. Aos 20 anos, me envolvi em práticas terapêuticas que tinham um olhar poético para o sagrado e de lá pra cá trilhei, consecutivamente, com muita entrega e devoção, dois caminhos espirituais. E, ao longo desse percurso, fui observando que, ao nos filiarmos a uma religião institucionalizada, é comum que alguns aspectos nossos, sobretudo os internos, sejam deixados de lado. Isso pode fazer com que, em alguns momentos, sintamos que não cabemos dentro do que é proposto, que pedaços de nós não são contemplados pela nossa própria prática espiritual, às vezes contribuindo para sentimentos de inadequação e isolamento. Por que publicar um livro como o Desenvolvendo sua Espiritualidade? Pra mim, um ponto principal dessa obra é nos ensinar a acolher e integrar todas as nossas partes na relação com o sagrado, sem que precisemos “cortar pedaços” de nós mesmos. Por vezes nos ensinam uma noção de espiritualidade que não abarca a complexidade da nossa humanidade, muitas vezes inserida numa instituição que acaba precisando olhar para o coletivo em detrimento do individual. O Desenvolvendo sua Espiritualidade é um livro que foi escrito a partir de um curso que foi dado pela Dra. Lara Owen e aprimorado em anos posteriores. Foi desenvolvido para ser uma experiência, vivida em 13 lunações (13 meses). Ao longo dos capítulos, ela aborda cada detalhe da prática espiritual independente, integrando os aspectos externos (ambiente externo / material / natureza) e os internos (história pessoal, vida psíquica, emocional e onírica) à prática espiritual. O novo livro da Lara Owen é só para quem busca uma prática independente? O Desenvolvendo sua Espiritualidade é um livro que pode ser de benefício também para quem tem um caminho espiritual tradicional, pois pode apoiar a sustentação da sua prática, tornando-a mais pessoal, auxiliando a tornar o caminho em algo mais íntimo e pessoal. Mesmo tendo uma proposta para uma prática espiritual independente, também auxilia na formação de um olhar crítico e realista da espiritualidade como um todo, ajudando a evitar que se entre em caminhos sem consistência ou que se siga um professor espiritual cegamente ou que não tenha de fato uma realização genuína. Lara Owen nos empresta uma lente questionadora, objetiva e pé no chão para seguirmos nossa trajetória individual e aborda, com honestidade e clareza, os prós e os contras de se seguir um caminho institucionalizado ou um mestre espiritual e também as armadilhas frequentes na busca pela espiritualidade. O Desenvolvendo sua Espiritualidade traz a espiritualidade para a vida cotidiana, quebrando a ideia muitas vezes comum de que nossa vida espiritual está separada da nossa vida cotidiana. E, justamente ao quebrar a barreira entre "sagrado e profano", há um ganho não só em profundidade, mas também de confiança e segurança na prática espiritual. O livro Desenvolvendo sua Espiritualidade, da Dra. Lara Owen já está disponível para a venda em nossa loja virtual. Entregamos para todo o Brasil.

  • Sonhos menstruais

    Os conteúdos dos sonhos durante o ciclo menstrual são uma rica fonte de sabedoria sobre você mesma e seu interior. Sonhos fazem parte da nossa realidade, afinal, passamos cerca de 1/3 da nossa vida dormindo. Para as mulheres, essa questão pode ser ainda mais importante, uma vez que temos, durante nosso ciclo, uma fase específica em que naturalmente queremos passar mais tempo dormindo, contemplando e descansando — ou pelo menos seria esperado que fosse assim — e, dessa forma, nos relacionarmos com nossos sonhos menstruais. Para que servem os sonhos? De filósofos a neurocientistas, de xamãs a artistas, desde sempre nos indagamos sobre o que são os sonhos e para que eles servem. Pesquisas recentes apontam para uma função de aprendizado do cérebro sobre o funcionamento do corpo. Outros estudos mais tradicionais os relacionam com a memória e a organização de informações e aprendizado. Por outro lado, existem segmentos místicos, ligados ou não às religiões tradicionais, que entendem sonhos como parte do desenvolvimento espiritual e da conexão com o divino. Culturas xamânicas acreditam que eles são via de comunicação com ancestrais e com os espíritos. Já alguns povos originários, como os Yanomami, utilizam o sonho como uma ferramenta de conexão com o Todo e um canal de informação sobre tudo que os rodeia. Os sonhos em cada fase do ciclo menstrual Segundo Patricia Garfield, acadêmica especializada no estudo dos sonhos, os "sonhos são um estado fisiológico, com significados simbólicos e psicológicos". Assim, podemos ativamente utilizá-los como fonte de aprendizado. Em suas pesquisas, ela aponta que existem evidências sobre os padrões dos sonhos das mulheres e como eles se alteram ao longo do ciclo menstrual: Sonhos no período ovulatório Antes e depois da ovulação, é provável que ocorram sonhos sexuais, sociais ou que tenham a presença de figuras masculinas amigáveis. Sonhos no período menstrual Os conteúdos que surgem durante o período menstrual tendem a acompanhar as fases da menstruação, descritas por Lara Owen no livro Seu Sangue é Ouro. São elas: preparatória (alguns dias antes), fluxo mais intenso e liberação, esvaziamento (diminuição do fluxo) e a fase da sabedoria (final do período). Na primeira fase, podem ocorrer sonhos de limpeza (piscinas sendo esvaziadas, líquidos saindo de torneiras). A segunda pode incluir pesadelos, sonhos com a cor vermelha ou mesmo sonhos bastante emocionais. Na fase de vazio, é comum ter uma noite sem sonhos ou sonhos pacíficos. E a fase da sabedoria pode trazer sonhos que tratem de questões importantes em sua vida, informações que podem ir sendo elaboradas em sua mente consciente ao final do período menstrual. Sonhos no período pré-menstrual Nesse período, os conteúdos dos sonhos podem se tornar mais desagradáveis, violentos, e podem incluir a presença de figuras masculinas hostis e memórias de dores do passado. "Essas memórias intensificadas vêm à tona durante o período pré-menstrual para serem reconhecidas e liberadas. Elementos de sombra da personalidade — aspectos de sua própria natureza com os quais você escolheu não se identificar e com os quais se condicionou a se identificar — também irão aparecer durante o período pré-menstrual". — Lara Owen, Seu Sangue é Ouro, p.150. Sonhos menstruais: uma porta para seu interior "Sonhar, visualizar e imaginar são capacidades que estão conectadas e diretamente aliadas a nossa habilidade de nos desenvolvermos espiritualmente. Quando sonhamos, visualizamos e imaginamos, vemos com o olho interno e temos acesso a um conhecimento interior que tem um canal direto com o consciente coletivo". — Lara Owen, Desenvolvendo sua Espiritualidade, p.119. Para Lara Owen, o sonho é uma expressão única do nosso ser. Se não prestamos atenção a eles, principalmente nos sonhos menstruais, estamos perdendo uma oportunidade maravilhosa de nos conhecermos verdadeiramente, uma vez que a linguagem dos sonhos, sendo inconsciente, nos permite acessar conteúdos e informações que talvez não consigamos de forma racional e consciente. Esse assunto é tão importante para ela, que ela dedicou um capítulo inteiro do livro Desenvolvendo sua Espiritualidade, recém lançado pela Editora Lótus 22, à investigação dos sonhos. Na lição da Lunação 6: Sonhos, Desenvolvimento e Imaginação, ela fala sobre história e interpretação de sonhos; sobre a abordagem psicológica e arquetípica deles proposta por Jung; apresenta os níveis de sonhos (vida diária, psicológicos e transpessoais) e traz informações sobre sonhos lúcidos. Como lembrar dos sonhos menstruais Um ponto interessante em relação a lembrar dos sonhos trazido por Nadam Guerra — artista, estudioso de sonhos e Doutor em História da Arte — é que, para que isso aconteça, precisamos, primeiro de tudo, dar importância ao sonho. Dificilmente conseguiremos nos recordar, se não nos interessamos pelo que eles têm a nos dizer. Para dialogar com eles, outras formas interessantes para valorizá-los são: falar sobre eles com outras pessoas e registrá-los. Você pode fazer diferentes tipos de experimentações e perguntas sobre seus sonhos antes de dormir, intencionando lembrar deles. Ajuda muito escrever em um diário ou caderno, um local que você possa rapidamente escrever logo ao acordar, antes que a informação se perca. Nem sempre você conseguirá se lembrar de tudo, não há problema, anote o que conseguir. Dialogando com os sonhos A tentação de procurar no Google pelo significado de um sonho sempre é grande, ou mesmo de levá-lo a algum intérprete, ao psicólogo ou analista, e até para algum amigo mais intuitivo, porém existem outras formas de interpretar e dialogar com os sonhos menstruais. Guerra nos propõe algumas maneiras: Sentir no corpo, investigando que sensações ou sentimentos as imagens despertam em você; Sonhar acordada, se colocando no lugar dos personagens, símbolos ou elementos do sonhos e se perguntando o que querem dizer e qual é a relação entre eles; Escrever. Ao lermos o sonho como um texto, podemos compreendê-lo como uma metáfora do que está acontecendo em nossas vidas; Desenhar, tornando o sonho uma imagem e buscando entendê-lo pelas relações espaciais; Perguntar para o sonho. Ao sonhar com algo que não conseguiu compreender ou se relacionar, na próxima noite, antes de dormir você pode pedir ao seu inconsciente que te traga mais informações ou respostas. "No início, anote tudo. Realmente vale a pena fazer isso, porque você entenderá sua própria vida onírica de uma maneira que nenhum livro ou terapeuta pode lhe ensinar. Afinal, são seus sonhos. [...] Em última análise, você deve se responsabilizar por sua própria capacidade de interpretar e de obter o máximo de sua vida onírica, porque é uma expressão única de seu próprio ser, assim como seu rosto e suas impressões digitais". — Lara Owen, Seu Sangue é Ouro, p.153. Referências Seu Sangue é Ouro — despertando para a sabedoria da menstruação, Lara Owen. Desenvolvendo sua Espiritualidade — um guia para a prática espiritual independente, Lara Owen. What are dreams for? — Amanda Gefter, The New Yorker, agosto de 2023. 5 maneiras de interpretar sonhos — Curso Experimental de Sonhos, Nadam Guerra. Patricia Garfield: On Dreams & Dreaming (excerpt) —Thinking Allowed DVD with Jeffrey Mishlove, YouTube, 2023.

  • Como lidar com a menstruação: dez conselhos (ruins) da história

    Dores menstruais não são nenhuma novidade, e nem as sugestões inovadoras sobre como lidar com elas. Traduzimos o curioso artigo* "How to handle your period: ten pieces of (bad) advice from history", do Wellcome Collection, museu e biblioteca gratuito que tem como objetivo desafiar a forma como pensamos e sentimos sobre a saúde. Confira: Conselho 1/10: use um eufemismo Vários termos foram usados ​​no passado para discutir a menstruação de forma não explícita. O termo flores foi usado por bastante tempo. Jane Sharp, parteira do século XVII, explicou que o termo veio da metáfora de que as frutas vinham depois das flores; a menstruação era um sinal de fertilidade, e os bebês viriam a seguir. Conselho 2/10: chame o barbeiro Peça a um barbeiro para fazer uma sangria... mas certifique-se de sangrar pelo tornozelo! Desde os antigos médicos gregos, como Galeno, até os manuais de medicina do século XVIII, o sangramento do tornozelo era recomendado como uma forma de drenar o sangue e estimular um fluxo suave durante a menstruação. Conselho 3 /10: não coma demais...nem "de menos" Médicos do século XVIII, como John Freind, acreditavam que a menstruação era uma importante válvula de segurança que permitia que o excesso de sangue fosse liberado pela parte mais fraca do corpo – o útero. Eles acreditavam que comer demais resultaria em uma maior quantidade de sangue e um fluxo mais intenso e que comer pouco (em um esforço para ficar elegantemente pálida e magra) faria com que o sangue engrossasse e não conseguisse sair. Conselho 4 /10: use seu sangue para dar um fora Aproveite a oportunidade para se livrar de pretendentes indesejados. Hipátia, astrônoma, matemática e filósofa da Grécia antiga, surgiu com a engenhosa cura para o amor não correspondido: para ajudar um homem a esquecê-la, ela “reuniu uma grande trouxa de seus panos menstruais e os abriu diante dele”. Ele a deixou em paz depois disso... Conselho 5/10: beba vinho, mas não qualquer um Beba vinho de arroz amarelo. O Yaohui Tukao (Illustrated Congregation of Drugs) de Yufeng Tang Zhuren, publicado em 1935 (o 24º ano da República da China), sugeriu que tomar vinho de arroz amarelo regularia a menstruação e harmonizaria o sangue. Conselho 6/10: misture vinho com cocaína Mais vinho! E com cocaína! Hall's Coca Wine era um tônico feito de Erythroxylon Coca - uma fonte de cocaína. Era particularmente recomendado para “doenças, tão comuns em mulheres” e prometia ter um efeito “verdadeiramente maravilhoso”. "O vinho é um restaurador, especialmente após a gripe e combate insônia, bronquite, neuralgia, anemia, fadiga mental, exaustão e distúrbios menstruais ("doença tão comum nas mulheres")". Conselho 7/10: que tal um suplemento? Tome suplementos hormonais. O Glanoid foi comercializado entre 1867 e 1930 pelo Armour & Co. Ltd., um frigorífico que vendia uma ampla gama de produtos de origem animal, incluindo esse antigo suplemento hormonal, usado para tratar problemas relacionados à menstruação, como anemia, amenorreia e menorragia. Conselho 8/10: prepare uma bebida com ingredientes duvidosos Beba um “Hysteric Julep”. A Farmacopeia de Senhoras de 1739 recomendava tomar algumas colheradas de "juleps histéricos" (julep é um coquetel de sabor doce, feito de xarope de açúcar, às vezes contendo álcool ou medicamentos) a cada três ou quatro horas para ajudar na menstruação. As receitas incluíam ingredientes como mamona, água de cereja preta, poejo e henna, que deveriam ser usados ​​nos piores casos para 'remover todo tipo de dor e mal-estar... dos vasos sanguíneos para dilatá-los e descarregar sua carga.' Conselho 9/10: use uma erva qualquer Use ervas para ajudar. Em 1657, o botânico William Coles recomendou a planta inula helenium (elecampane, conhecida por aqui como helénio, ênula ou erva-campeira) para muitas condições, especialmente purgação, flatulência e menstruação. Essa recomendação foi influenciada pela Materia Medica, do antigo grego Pedanius Dioscorides, uma enciclopédia tão popular que nunca saiu de circulação desde que foi escrita, por volta de 70 d.C. Hoje em dia, essa erva é recomendada para uso antisséptico e antibacteriano. Conselho 10/10: aposte na tecnologia Use um cinto eletropático. A Medical Battery Company recomendou o uso de seu cinto para uma série de condições, incluindo o que eles chamavam de doenças femininas. Seu anúncio de 1893 afirmava que a engenhoca "traria nova vida e vigor". Enquanto os espartilhos elétricos foram criados exclusivamente para mulheres, os cintos eletropáticos “curativos” da Harness foram projetados para ambos os sexos. Prometiam curar ou tratar reumatismo muscular, esgotamento nervoso, dores na lombar, problemas hepáticos e insônia. E você? Qual foi o pior conselho que recebeu sobre como lidar com a menstruação? Deixe seu relato nos comentários! *Este texto é uma tradução livre do artigo How to handle your period: ten pieces of (bad) advice from history, de Alice White, publicado no site Wellcome Collection em 30 de outubro de 2017. Original (em inglês) disponível neste link.

  • Breve história do sangue menstrual

    O que o passado tem a dizer sobre a relação que temos com o nosso sangue menstrual Aspectos culturais e sociais sempre influenciaram como as sociedades lidavam com o sangue da menstruação. Nos países industrializados do ocidente, de maneira geral, ainda observamos silenciamento, um estigma menstrual. Por outro lado, em culturas mais antigas o sangue menstrual era visto de forma positiva, sem a conotação de impuro, sendo considerado, muitas vezes, como sagrado. "Nas culturas matrifocais, o sangue era considerado um portador de magia, porque representava o mistério da força vital. Elinor Gadon sugere que “os primeiros rituais podem ter honrado o ciclo menstrual, o sangue do útero que nutre a vida nova”. O sangue foi o principal símbolo da fonte da existência e do mistério que nos traz a esta vida. Como tal, era reverenciado. O fato de que mulheres sangravam uma vez por mês significava que elas estavam mais perto dessa fonte. Esse poder inato presente no corpo feminino explicava em grande parte por que o inefável era reverenciado em forma feminina. (...)". "No sacramento da comunhão cristã, o vinho tinto simboliza o sangue de Cristo. Mas, por séculos antes de Cristo, o vinho tinto era usado como um símbolo do sangue da Grande Mãe, a Mulher Sagrada. Em muitas culturas, ocorrem cerimônias em que homens e mulheres tomavam o simbólico sangue da vida sob a forma de vinho tinto, por exemplo, nos mistérios dionisíacos e nos rituais tântricos. Às vezes, este era reconhecido conscientemente como um símbolo do sangue menstrual, o fluido mágico do qual a vida humana foi criada". — Dra Lara Owen, no livro Seu Sangue é Ouro. Nossa dualidade diante do sangue menstrual A jornalista britânica Rose George, autora do livro Nine Pints: A Journey Through the Money, Medicine, and Mysteries of Blood (sem versão em português) nos traz uma perspectiva bem interessante (e antiga) da dualidade de sentimentos e percepções sobre o sangue, o que ela chama de “natureza de duas faces do sangue” . Citada no artigo de Jerome Groopman, The History of Blood (A História do Sangue, em tradução livre), ela afirma que os povos antigos reconheciam a importância do sangue ao mesmo tempo que eram fascinados com seu mistério: "Para eles, o sangue era algo oculto — visível apenas ao escorrer de uma ferida, ou durante o parto, aborto espontâneo e menstruação — por isso tornou-se um símbolo tanto da vida quanto da morte". Essa natureza dual do sangue, também é explorada no mito da Górgona Medusa. Quando Esculápio (ou Asclépio) aprende a arte de curar, ele se torna capaz de salvar os moribundos e ressuscitar os mortos por ter recebido da deusa Atena, duas gotas do sangue de Medusa. Era dito que dois tipos de sangue corriam em suas veias: do lado esquerdo, seu sangue era letal; do lado direito, era vivificante. "Controlar o sangue era dominar a mortalidade, por isso, não nos surpreende que o sangue apareça com destaque em muitas tradições religiosas e que, embora nossa compreensão de suas funções seja mais sofisticada do que nunca, permaneçamos escravos de sua mística primordial". — Rose George, citada por Jerome Groopman Como isso soa para você? O que muda interna e externamente quando você passa a olhar o seu sangue menstrual como sagrado em vez de sujo e nojento? Referências: Seu Sangue é Ouro – despertando para a sabedoria da menstruação, Lara Owen. The History of Blood, Jerome Groopman, The New Yorker, 2019. If looks could kill: how Medusa became a potent political meme, Natalie Haynes. The Guardian.

  • 30 anos do livro Seu Sangue é Ouro!

    Lançado em abril de 1993 na Inglaterra e em junho do mesmo ano nos Estados Unidos, o livro Seu Sangue é Ouro ganhou uma primeira edição brasileira em 1994 e depois uma segunda edição em 2019, tradução da publicação revista e ampliada de 2008. Um long-seller, tornou-se um clássico da literatura sobre saúde e espiritualidade feminina, e continua a ser uma grande inspiração para ativistas e educadoras menstruais, assim como para muitas outras mulheres, em nível individual. Para celebrar, a Dra. Lara Owen estará online na sexta-feira, dia 19/5, às 9h, falando sobre como surgiu o livro e o que tem acontecido desde então, com foco na relação entre corporificação (embodiment), espiritualidade, feminismo e sociedades seculares. Será em formato de perguntas e respostas e debate. O evento é em inglês e você se inscreve no link abaixo:

  • Como plantar sua lua?

    "O que você sente quando vê o seu sangue menstrual? Ou você nem o vê? Como você lida com ele? Como você "descarta" seu sangue?" Essas reflexões que estão no Oráculo da Mulher Cíclica são um ponto de partida para a prática de Plantar a Lua, descrita também no livro Seu Sangue é Ouro, da Lara Owen, ambos aqui da editora Lótus 22. Como ainda recebo bastante questionamentos acerca esse ritual, disponibilizei, em nosso canal do YouTube, um vídeo sobre Plantar a Lua. E se tiver qualquer dúvida, entre em contato comigo pelo site ou em josi@lotus22.com.br que terei prazer em ajudar!

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